Síndrome de Caffey: Hiperostose Infantil Cortical
 
				Você já ouviu falar em síndrome de Caffey? Quando um bebê apresenta inchaço doloroso em ossos como mandíbula ou clavícula, febre baixa e choro ao toque, a família costuma pensar em infecção ou queda.
Muitas vezes, é outra coisa. A síndrome de Caffey, também chamada de hiperostose infantil cortical, é rara, assusta no início, mas tem bom prognóstico.
Aqui você vai entender o que é, como reconhecer, como o diagnóstico é feito e quais cuidados ajudam na recuperação. De forma simples e direta, para você conversar com o pediatra com segurança e agir com tranquilidade.
O que é a síndrome de Caffey?
A síndrome de Caffey é uma inflamação do periósteo (camada que envolve o osso) que leva à formação de novo osso na superfície, causando espessamento cortical e inchaço visível. Ocorre principalmente em bebês nos primeiros meses de vida. As áreas mais acometidas são a mandíbula, a clavícula e ossos longos como o úmero e a ulna. Costuma ser autolimitada: melhora ao longo de semanas a meses.
Apesar de parecer uma infecção óssea, a síndrome de Caffey não é contagiosa. Em parte dos casos existe um componente genético, com variantes no gene COL1A1, ligado ao colágeno tipo I. Outros casos são esporádicos, sem histórico familiar.
Sinais e sintomas: como perceber cedo

Os pais geralmente notam um inchaço doloroso localizado, que pode surgir de repente. A criança fica irritada, chora ao ser tocada na região e pode ter febre baixa. Quando a mandíbula é afetada, mamar pode doer, reduzindo a aceitação do leite.
Exemplo real: um lactente de 3 meses chega com mandíbula aumentada, quente, sensível, sem história de trauma. Febre de 37,8°C, irritabilidade ao abrir a boca. O pediatra considera infecção, mas os exames e as imagens sugerem síndrome de Caffey.
Outros achados comuns são pele tensa sobre o inchaço e limitação de movimento próximo à área dolorida. Em muitos bebês, as manifestações aparecem, atingem um pico e começam a regredir em 6 a 12 semanas.
Diagnóstico: exames que ajudam a confirmar
O diagnóstico da síndrome de Caffey é clínico, apoiado por exames de imagem. O raio-X mostra espessamento da cortical e nova formação óssea subperiosteal.
A ultrassonografia pode demonstrar descolamento do periósteo e ajudar a excluir abscessos. Exames de sangue podem revelar inflamação leve a moderada (PCR e VSG elevadas) e, às vezes, plaquetas altas.
O principal desafio é diferenciar de osteomielite, fraturas e tumores ósseos. Por isso, a avaliação por pediatra e ortopedista é importante. Em casos atípicos ou familiares, pode-se discutir teste genético para COL1A1.
Tratamento: o que realmente funciona
A síndrome de Caffey costuma melhorar com medidas de suporte. O objetivo é controlar a dor e manter o bebê confortável, evitando intervenções desnecessárias.
- Alívio da dor: Use analgésicos comuns, como paracetamol, conforme orientação do pediatra. Em casos selecionados, anti-inflamatórios podem ser indicados.
- Imobilização suave: Em membros doloridos, reduzir movimentos excessivos com posicionamento adequado já ajuda. Sem gessos apertados.
- Corticosteroides: Em quadros intensos, o médico pode indicar curto curso para reduzir inflamação. Sempre com acompanhamento.
- Fisioterapia leve: Orientada por profissional, previne rigidez e estimula retorno gradual do movimento sem dor.
- Acompanhamento periódico: Reavaliações clínicas e, quando necessário, novos raios-X para monitorar a remodelação óssea.
Antibióticos não são necessários se não houver evidência de infecção. Cirurgia é raríssima. A maioria dos bebês melhora progressivamente, com retorno às atividades normais.
Prognóstico: vai deixar sequela?
Na grande maioria dos casos, a síndrome de Caffey tem evolução benigna, com remissão completa em meses. O osso remodela com o crescimento e não deixa deformidades relevantes. Recorrências podem acontecer, mas são incomuns. O desenvolvimento global da criança segue normal.
Quando procurar atendimento imediato
Leve o bebê ao serviço médico se observar:
- Febre alta persistente: acima de 38,5°C ou acompanhada de prostração.
- Piora rápida do inchaço: pele muito vermelha, brilhante, com calor intenso.
- Dificuldade para mamar ou respirar: especialmente em acometimento de mandíbula ou clavícula.
- Recusa em mover o membro: choro intenso ao mínimo toque, sugerindo dor importante.
- Sinais de infecção: secreção, mau cheiro, queda do estado geral.
Referência clínica no Brasil

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Perguntas rápidas
A síndrome de Caffey é genética?
Em parte dos casos, sim. Variantes no gene COL1A1 estão associadas, mas muitos casos são esporádicos.
Quanto tempo dura?
Semanas a meses. A maioria melhora em 6–12 semanas, com remodelação óssea ao longo do tempo.
Deixa o osso mais fraco?
Não costuma. Após a fase inflamatória, o osso se remodela e a criança segue o crescimento normal.
Guia prático para pais e cuidadores
- Anote sintomas: registre início, locais de dor, febre e como o bebê reage ao toque.
- Converse com o pediatra: leve informações organizadas e pergunte sobre a hipótese de síndrome de Caffey.
- Siga a prescrição: não ajuste doses por conta própria; observe efeitos e relate nas consultas.
- Cuide do conforto: posicionamento acolchoado, banho morno e intervalos tranquilos ajudam.
- Monitore a evolução: fotos semanais do inchaço facilitam comparar melhoras.
- Retorne se piorar: qualquer sinal de alerta exige reavaliação precoce.
Conclusão
A síndrome de Caffey assusta porque se parece com infecção, mas, com diagnóstico correto e cuidados simples, a evolução costuma ser muito boa. Reconhecer os sinais, confirmar com imagem e controlar a dor fazem toda a diferença.
Se você suspeita de síndrome de Caffey no seu bebê, converse com o pediatra, siga as orientações e aplique as dicas deste guia para atravessar essa fase com mais segurança.

 
										 
										 
										 
										 
										